quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Bolsonaro no roda viva

Para ele, não houve golpe militar, Vladimir Herzorg não foi torturado e a escravidão não representa nada, aliás, os portugueses nunca estiveram na África. Para ele, seria melhor ter andando mais vezes ao lado de Cunha, talvez até mais tempo do que aquele que ele passou nos partidos de Paulo Maluf e Roberto Jefferson, sem desconfiar de nada ou se pronunciar sobre denúncias de corrupção.

Aliás, para ele é melhor esquecer as coisas, esquecer que teve ditadura, que teve gente torturada. A única coisa que ele não esquece é da esquerda, do comunismo, do Foro de São Paulo e de todas essas teorias conspiratórias mirabolantes. Só teve uma coisa que ele não mandou esquecer: o dia em que disse seria vice do Aécio, se assim o mineirinho quisesse (nessa hora ele ficou vermelho e disse que nunca havia dito aquilo, nunca, nunquinha).

Problema de desemprego no campo? Ora, é só mandar o povo trabalhar com outra coisa, se virar! Combate à mortalidade infantil no país? É só investigar o "passado sanitário" da mãe e ver se ela tem problema urinário (e cárie). Ah, para ele o salário de deputado é baixo sim e ele tinha todo direito de usar auxílio-moradia [pra comer gente], mesmo tendo residência própria.

Dentre tantas pérolas da entrevista do principal político boçal do país, em um dado momento ele deixou escapar sua grande preocupação: a de chegar em casa e ver o Joãozinho brincando de boneca na sala.

A política só vale a pena se for pra tirar o Brasil desse fundo do poço representado por Bolsonaro e tantas outras forças retrógradas.

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